17 de jun. de 2014

alvo

a cabeça
enche
de vento
e fumaça
e vou... 

me esconder
debaixo das cobertas
no frio azul das tardes
de outono
no cinza breu das noites
de inverno

beba-me,
até a alvorada de teus sonhos
que o vento ateu
levou-me à janela
onde as estrelas falavam-me
de amores

de lá,
podia contemplar todos os santos
e me entregar em quase toda cena

veio a chuva
e castigou a terra árida...

o amor é brilho
que ofusca a vista
é labirinto
que não tem pista
é sentimento
inesperado

no sol da tarde
é minha sombra
quando invade
é minha lombra
que acerta o alvo: 
o coração

14 de jun. de 2014

deus
do tamanho
da medida
dos seus feitos

grande
feito pensamento
sem limite

tão pequeno
um botão
a florir
sonhos
não tem
que medir

luz
ideia
repartir
o pão

deus 
está 
no interior
do sol
a terra
a circular
em torno




se encosta

a pele
se encosta
no pelo

a nuca
se encosta
na boca

o dorso
se encosta
no dedo

joelho
se encosta
na coxa

o peito
se encosta
no seio

o moço
se encosta
na moça
















engano

vielas
veredas
caminhos
estradas pelo chão

me caso
descaso
agrido
agrado
pra chamar tua atenção

sou filho
sou fato
infiel ao teu pudor
no trilho
no mato
liberdade ao teu dispor

de noite
de dia
tristeza
alegria de montão

do sol
sou da lua
sou tua
desculpa
pra roubar teu coração

sagrado
profano
sobra pouco pra você
não caia
no engano
e depois se arrepender 









ares de inverno

chega sem recado
mãos em meu afago
touca no cabelo

ar desavisado
cheiro de pecado
esmalte pela casa

nua enfeita o quarto
um beijo roubado
luz da sala acesa

entre os perigos
embaixo do umbigo
dentes afiados

mora a liberdade
meu colo invade
janela fechada

não resiste a luta
quando em tua nuca
a barba mal feita

mares no meu porto
dentro do teu corpo
ares de inverno

minha fração

a
teia
encobriu
a
visão
do
outro
dividiu
amor
em
duas 
partes
desiguais
me 
dei
sem
medida
e
agora
não
posso
esconder
minha
fração








no mar

longe, no mar
foi a minha fé
cruzando as ondas
por entre as marés
amor foi sem dono
encontrar a paz

águas por lá
é um vai e vem
verdades se enganam
males fazem bem
e o abandono
não maltrata mais

razão de amar
como desse pão
vida é fantasia
rara e ilusão
logo chega o sono
sonhos vêm atrás 



abotoadura

tua
mão
na
minha

meu
amor
no
teu

abotoadura

logo
se
rompeu

me
deixaste
nua

e nos
braços
teus

minha
parte
é tua

teu
pedaço
é meu

eu não sei esquecer

e pela rua escura
da cidade,
num beco qualquer
aonde andará o coração
dessa mulher?

tua precisão
me decifra
a cabeça

que eu busque
encontre
descubra
e me esqueça

eu sinto,
lhe propor de tentar
desisto
não me cabe insistir

as flores
se foram com os amores
noutros campos florir

um dia a saudade
tomou conta
de mim

a falta
de te sentir
me desfez

coração
ficou apertado
um nó

tua imagem
me vinha
mesmo sem
eu querer

de tudo
só me resta a lembrança
a vida
tem seu próprio viés

o tempo não se lembra de mim,
eu não sei esquecer

medida de um sonho

não vou dar
o que me falta
nem pedir
o que me sobra

pra ver se aprendo
a viver
com o que me cabe
e compreenda
a medida de um sonho

longa espera

Quanto de luz se faz um sol?

Vou subestimando as glórias, revelando histórias ao compor um verso. Vou amando menos, correndo mais, chorando ainda. Verdade e justiça travando batalhas medievais, sistemas e morais se transformando. E o sol atinge a pele, o pensamento conduz o corpo, anfitrião de almas que se hospedam em suas essências.

Ignoraram a vida no verde da paisagem. Abdicam dos vários tons de sutileza em troca das mazelas de um tempo. O trabalho que dá fazer um velho sábio sorrir não pode ser o mesmo que o faz triste. Quando dois sentimentos se cruzam, fica latente a confusão. Então, não dá mais tempo de criar novas manias. Deixe-as chegarem em paz.

Muita boca, pouca fala. Fala nenhuma.
Muito afago, pouco afeto. Nenhum ato.
Tantas flores, incolores. Nenhum cheiro.
Com vontade mas lhe falta entusiasmo.
Com carinho sem nenhuma atenção.
Tanta angústia à dor ligeira.
Cantam almas, vagam mentes.

Tua imagem não me incomoda.
Teu carinho, não conheço.
Tua beleza me incrimina.
E o tempo passa vazio.
Se esvai.
Não há como aprisioná-lo.

Muito ouro e pouco brilho.
Curto tempo e longa espera.

sentir

tua mão
na minha
coxa

teu bordão
em meu
porém

tuas ilhas
ficam
soltas

o teu não
me expõe
o bem

na cabeça
a fantasia

meus apelos
são os teus

anoitece
já é dia

o futuro
aconteceu

nessa
teia
de ciúme

nesse
canto
de oração

o que
tanto
te desune

te
remende
o coração

vá com jeito
e aproveite

chegue
sempre
sem pedir

se te cabe
não rejeite

o que
importa
é sentir

vida passageira

divago antes
de me apressar
me endivido
pra te ver feliz
falo do outro
sem ter opção
finjo sentir
pra ter paciência

desejos vãos
sentimentos vis
chamo atenção
pra incomodar
teu coração
só quer ter razão
deixa de mão
a vida é passageira

último do maço

e quando é o último do maço
o íntimo não se intimida
e a razão se perde aos poucos
o coração tarda seu pulso
e derradeira fica a espera

essa é a vida ultrajada de si mesma
para com isso, deixa de lado
esse orgulho sob a pele
que teu amor seja de graça
não à medida de teus mandos

tenho a mania de ser sóbrio
enquanto invento uma loucura
a vida é mesmo uma fantasia
é arte, pop, punk, preta
é drama, ação, terror, comédia
é como um crime sem culpado
é decisão sem ter escolha
e quem fará melhor que isso?

deus,
me seja breve o sofrimento
e sábio em teu juízo

quem me comanda

quem
me comanda
o coração
a voz
e desatina
a razão
a luz
me leva
para
a solidão
do mar
busca
sentido
na ilusão
de ser
que deus
se choca
aos meus
desejos
vis
e desespera
a intenção
de amar
não sabe
a mente
ajuizar
a dor
nem mesmo
o tempo
vai mudar
a cor
que mora
dentro
de você

existência divina

se a existência divina independe de qualquer escolha
onde foi andar o homem, se perdeu pelo destino
se escondeu
onde mora a verdade
no Olimpo
ou no Hades?

os desejos me comandam
só os sonhos me libertam nessa hora
eu não tenho muito tempo
já não corro como antes
venha logo ao meu encontro
tua ajuda é necessária

poesia

poesia
puro
desejo

é intenso
suave
prazer

a alegria
sucumbe
a escrita

a saudade
enfrenta
o papel

a tristeza
se expõe
à caneta

o infinito
se escreve
no céu

colorindo
a tela
de letras

digitando
a dor
na brancura

se entrega
na
caligrafia

sua a forma
é real
fantasia

e te levam
além
da leitura

deus

deus
não é questão de posição
tem o seu lugar
espacial
na dimensão
da esperança
tem peso
e sua medida
é transcendente
do tamanho
da cabeça
do seu crente
primazia
do desejo
que esconde
a vontade
de mostrar
sua luz
é meu invento
tudo faço
no intento
de sentir

merecer

escolho amar
decido ser
mereço estar
desejo ter
peço perdão
sinto prazer
dobro atenção
mando fazer
penso demais
melhor saber
correr atrás
pra merecer

entorno

pra ver
se me encaixo
em cima
em baixo
dentro de você

o nosso amor é puro
e brilha feito o ouro
da mesma natureza
o sentimento único
que seja num instante
ou a eternidade
duas
uma vida

tu és meu
redor
eu sou
teu entorno

jardim das flores

pedir
e não ter para dar o que não tem pra si
supor
que o silêncio da espera não traia o porvir
falar
que a boca anuncie os desejos da fé
sentir
sorriso de alegria e o pranto de dor
negar
saber renunciar os desejos tão vis
plantar
e cuidar bem da terra, do arado, regar
colher
no jardim das escolhas as flores do amor

jornada

o sol foi o seu guia
o dia, alimento
a noite, seu descanso
a lua, sua bússola

de paz

"drogue-se de paz
e curta a lombra de um sorriso!"

um pedaço

sou um pedaço
longe de ser a metade
me queira aos poucos
em doses últimas

derradeira espera

derradeira espera
que vale a pena não saber o que me aguarda
na ante-sala do sorriso, tem alguém na porta
é o desespero
que uma meia luz acende o quarto, a interna sombra
que mora dentro da tua cabeça
talvez você mereça
outra pessoa
ou talvez lhe seja útil outra certeza
um outro sentimento
que seja ao menos uma parte da verdade
que faça sentido
qual é o endereço do socorro
qual é o desperdício da saudade
me seja um instante necessário

amor de graça

dentro da cabeça
um bocado de incerteza

afloram no peito
emoções da mente
brotam da semente
a vaidade e a beleza

deixa de ser fático
mude o teu caminho
flores e espinhos
são as flechas
do teu arco

madrugada, dias
noites, solidão
pensamento, vias
mares, arrebentação

ventos
e correntes
água
e fumaça
deixa ser
de graça
o amor

a intenção de um sorriso

manda o comando da cabeça
coração finge que obedece
e desafia o ego
renunciando o próprio gesto
o corpo nu
e suas nuances
reservam-se pelas metades
é um pedaço de vaidade
outro pedaço, gravidade
é só uma parte
humana
dos meus instintos

quando eu partir
tire-me do ar
coloque-me perto da sombra
de uma árvore qualquer
a mais bonita

e navegando pelos mares da paixão
pagou o preço de sua vida
não resistiu à tentação
porque não quis
era só tua
a multidão que tem em mim
era lembrança misturada com saudade
choro com velas até o dia seguinte
como fugir dessa verdade
aqui dentro
pra disfarçar do outro que não tem segredos
melhor seria ser eu mesmo sem reservas
para te amar, sou teu durante
o tempo de um dia
assim deseja o coração
ora um drama só
queria exatidão

viver
e
não
ter
a
esperança
de
ser
feliz

essa luz é o que interfere no meu sonho
mesmo querendo
pouco posso
e o que fazer quando me faz bem ser banal
satirizar a dor pra fazer algum sentido
você se foi, levou consigo a solidão
aqui ficou sob a pele uma lesão
que escondido entre destroços
come de tudo e não engorda
só seus olhos
quando de perto a claridade
fica intensa
e frágeis
decisões
ficam acima
das escolhas
verdadeiras

quero
ver
você
sorrir
de
novo
o
coração
saiba
medir
o
abandono
a
paz
a
solidão
a
intenção
de
um
sorriso

além de mim

me via além de mim,
além dos olhos
quando você do nada apareceu

teus dedos invadiam minhas costas
tua boca em meu pescoço, percorreu
tua mão em meus cabelos se perdia
meu corpo em teu toque se rendeu

depois da lua nova vem a cheia
antes que se acorde, o amanhecer
tem deuses e demônios aqui dentro
planetas e estrelas a perder

menino ou menina

quem é menino ou menina
para as flores
seja amado ou rejeitado
o coração
o meu calor aquece a pele
fustigada
os meus apelos não superam
a solidão

que a natureza é minha
dela é meu corpo

não se afaste da razão
seja prudente ao sentir
não deixe nada pra depois
pondere o amor
entenda a falta
o ser convive com o existir

são duas forças
que se atraem
de um lado o rio
do outro o mar

o bem não vence sempre o mal
teu sim que seja salutar
teu não tem que ser pontual
seja rebelde ao hesitar

que a natureza é minha
dela é meu corpo

força

Força
Pois a mão
Se estende
E os pés
avançam lentamente

Se amam
Eu desejo
Se esperam
Eu concordo

Fuja
Do olhar
Que desvirtua
Do amor
Que não compreende

Pare
E olhe bem para os lados
Dê aos fracos
Sorria ao outro
E julgue

Que caminho seguir
Que boca beijar
E, em que braços
Se esconder

O homem
A mulher
O escudo
A alma
O desejo
A calma
O fato
A ação
O frio
A noite

Quero
Dispenso
Resolvo
Encontro
Entendo
Brigo
Te detesto
Me defendo

Amo
Sugiro
Canto
Encanto
Demoro
Espero

fatia

feito
pecado
guardado
que fica
do lado
esquerdo
infiel
da paixão
a martelar
meu juízo
perco
o sentido
do mal
ou do bem
da razão
chama
acende
o cigarro
demora
o trago
fumaça
eleva
a emoção
deixa
meu chão
sem o passo
que tira
um pedaço
fatia
do meu
coração

o amor é quase um vício

o amor
é quase
um vício
que me
leva ao
desespero
a solidão

que o tempo
quer ter razão

os dias
me levam a mim

suponho
é tarde demais

o sonho
não veio
esta noite

des

desencadear o meu amor
dessacralizar o meu prazer
desembaralhar o meu humor
desembaraçar o meu sofrer
despolitizar o meu calor
desacostumar meu esquecer
descontaminar a minha cor
descondicionar o meu saber
desabastecer a minha dor
desarticular o meu dizer
desapropriar o meu supor
desemparedar o meu viver

só você

não sou eu
nem quem ao lado
nem mesmo deus
ou o diabo
quem vai mudar tua cabeça
só pode um ser
só pode ser você

não vou jurar

não vou jurar
para depois me arrepender
ou disfarçar
para depois desmerecer
o sol
com sua luz que não se esconde
o mar
que atravessa o horizonte
a terra
que nos recebe sem cobrança
a lua
que se renova na esperança

noite e solidão

o que a noite tem a ver com a solidão
e o cigarro, entender meu pensamento
será o medo que me leva à ilusão
ou será culpa por trair o sentimento?
é a medida do respiro, o desejo
é o compasso da palavra, a verdade
é feito ímã que atrai o nosso beijo
igual amigo que não cobra a saudade

seja assim

Filho, por onde andas?
Todos os dias de ti me lembro
Minha casa é tua casa
Minha vontade que seja a tua
No coração e na cabeça
Tua comida e bebida sejam plenos
Não há pecado maior que o perdão
Para si próprio e para o outro
Pois o inimigo está por perto
E a proteção a teu serviço
Que seja assim se o permites

cabeça feita

cabeça feita
coração sem dono
que o desejo
é maior que a vontade
os meus detalhes
fazem toda diferença
e o meu toque,
ao teu prazer, ao teu dispor
que um bocado de amor
enche a panela
o meu tempero é o sabor
que te agrada
enquanto o frio não vai chegar
na alvorada
eu te espero no ocaso dos meus sonhos

cabeça e coração

"cabeça feita
coração sem dono"

amor primeiro

mar é do sol
espelho
arte é da vida
o meio
desejo é pele
cheiro
outra metade
inteiro
sem dizer
a que veio
veio o amor
primeiro

lugar da saudade

no lugar da saudade
um desatino
que me dê um sabor
de rompimento
vou deixar o meu passo
libertino
e lacrar tua imagem
com cimento
amarrar esse medo
no intestino
agradar a si mesmo
sem lamento
desatar a corrente
do destino
libertar do presente
o pensamento

novo dia

nuvens, cortina de fumaça
um temporal de tristeza
acalma a alegria
ao lado
que o homem segue em frente
mesmo sem saber o que lhe espera
somente o fluido
das mentes
as culpas
os sonhos que se dão antes
não é o presente com toda a sua verdade
sua fome
e o curso é linha reta
só pra confundir quem fala aos quatro cantos
aos filhos
dos homens
seja a tua própria escolha
que defina os teus remédios
a cura
o vício
se encontram
na escuridão da noite que passou
iluminando o sol do novo dia

pedaço de mim

um pedaço de mim
só funciona com arte
indevido momento
derradeira saudade
que me leva a mim mesmo
seja só um instante
voa o meu desespero
que me mata de orgulho
vou salvar o desejo
que virtua meu rumo
que se cruzem as pontas
no desenho do laço
não me basta o beijo
nem somente o abraço
mais que pele, suores
tua luz encandece
enobrece o meu vício
simples fica a alegria
desafia o ciúme
encurta meu destino
supera a própria sorte
desencanta a angústia
se reveste de brilho

um

e,
para que os vários
de nós
se encontrem,
façamo-nos
um

aceitação

aceitação
não é prerrogativa
do amor
nem ilusão
pode causar o sofrimento
pois ninguém se droga
buscando se deprimir

medida dos teus sonhos

andam por aí dizendo
que a realidade
não é fantasia
não consola a fome
se entrega pouco
excluindo o louco
que mora por aqui
a vida,
meu caro,
é uma fantasia organizada
num tempo e espaço
do tamanho
e medida dos teus sonhos

imenso e vazio

imenso e vazio
luz de fora
ilumina dentro
os pés caminham
sobre as águas
do oceano
das incoerências
pra ter tempo
de correr na praia

de lá vem deus
será o diabo
não importa
se sua bagatela
de riso
transmite sentimento

sou de quem
me governa
e o sol não foi
pra casa,
voltou hoje pela manhã
e não sei por onde andava
na noite dos amores

de quem é o amor,
haverá dono?

quem odeia
talvez ame
demais
aquilo que ele
não consegue perceber...

teu rio

vou amar além da conta
sou um copo que não para vazio
vou até a última ponta
sou as águas que inundam o teu rio

teu rio

vou amar além da conta
sou um copo que não para vazio
vou até a última ponta
sou as águas que inundam o teu rio

teu rio

vou amar além da conta
sou um copo que não para vazio
vou até a última ponta
sou as águas que inundam o teu rio

saudade chegando

saudade chegando
encontro de cheiro
virilhas a mostra
preencho o espaço
compasso de amor
sortilégio de sexo
engano a solidão
esvazio a vontade
me viro, me deito
e durmo

justa solidão

salvo por um
ledo engano

é a saudade
a justa solidão

lua insana

é uma lua insana que me aflige a noite inteira
ímpar feito o sol que se coloca e vai dormir em outras praias
nem a solidão teria tempo que coubesse o teu lamento
são cruéis demais que seus destinos são as águas desse mar
como desse pão que alimenta meu sorriso e meu choro
de que vale então amar primeiro e depois se arrepender?

diferença

"e quem inventou a diferença
foi um tal de livre arbítrio..."

intuição

o que não está no ato
reside na intuição
é onde mora a causa
hospedeira da razão
tua luz é tua alma
volta e meia ordenada
para entender a graça
precisava do pecado
quando sempre
o que importa é o perdão
era pra ser tão diferente
se toda a dor que tem no crente
lhe atingisse o peito adentro
e lhe mostrasse um outro meio
que acalmasse e desse um jeito
na emoção
não há doutrina
que se meça
o coração
antes da noite
tem o dia
um outro tempo
dentro do tempo
na contramão
do pensamento
opinião
de se esforçar
se entender
não odiar
se resolver
não disfarçar
se convencer
não se enganar
se precaver
não maltratar
se arrepender

protesto

  num tempo onde as tragédias são celebradas alguns tantos te querem triste, derrotado levante, sorria para o espelho, para a vida o teu sor...