6 de jan. de 2013

Homem-animal

A chama se rendeu ao fogo
A lágrima ao choro
Chuva ao temporal

A pele se entregou ao corpo
A vida ao morto
A vaidade ao banal

Divindade, começo de era
De gente que espera
O momento final

A maré deixou raso o perigo
A tristeza, o sorriso
O tempo, atemporal

A fumaça sai do meu cigarro
Não falo, me calo
Me falta moral

E quem ama, às beiras desama
No chão ou na cama
Em meu pedestal

Quer sozinho ou acompanhado
Me deixo de lado
E adoço meu sal

Onde instinto, desejo e vontade
Medo, falsidade
O bem e o mal

Sem reservas ou meias certezas
Pegam de surpresa
E diferem o igual

Tenho pena, de quem não entende
Que amor não se vende
Nem é marginal

É um fruto que vem do respeito
Não traia-lhe o peito
Com o velho sinal

De domínio, ganância que explora
Engana, deflora
O homem-animal






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