30 de jul. de 2012

Parede bege

E o medo fez outro refém: o tempo
E na estatura dos ventos perambulam pensamentos
Numa mania de deixar maiúsculo, o começo dos versos
E no estrato dos meus atos
Estampam-se retratos na parede bege

Não me venha com franqueza
Deixe-me às fraquezas de meu sentimento nu

Dublo a fala
Driblo o espírito
E deus, lá do alto se confunde
E novamente, o julgamento é adiado

Faltam-lhe provas
E, em qualquer memória bege
A parede de meu crime corrói o dolo
Imita o sangue
Desiste da pujança
De resto, a esperança
Sobra-lhe

A verdade não sabe qual posto assumir
Em passos curtos, deixou o pedestal rumo ao espelho
Viu refletido seu erro
E de fim, o umbigo
Desatou-se do feto
E o filho, ao mundo se entregou

Guiava-se. Não pela verdade
Entregava-se a qualquer vaidade
Que lhe parecesse amistosa

Provara do sonho
Da finitude do ato
E fora julgado segundo sua loucura
Fantasia, procura
De cada insanidade, fora julgado

E no fim a verdade velada no íntimo
Deu razão ao maiúsculo dos meus versos
E a memória persuadida ficou estampada
Recolhida, enfeitada
Nos retratos na parede bege

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