6 de mai. de 2012

A maçã e a água

Lá pelas tantas da madrugada e meu corpo pedia socorro. Não há braços suficiente que insistissem em travar-me o queixo, os dentes quase rotos, tamanho bruxismo.

São umas 02:40. A coberta deixara-se correr em meio aos devaneios malditos ante o corpo. Desciam feito rimas de um poema dramático. Difícil ver o mundo ao teu redor exigindo certas coisas tão irrelevantes. Verdades tão repetidamente ditas que, em meu cego coração, mentiras tornaram-se.
De volta ao corpo. Talvez conto-lhes qualquer peculiaridade. Sei que me faltavam braços. Mãos. Pernas. Pois, Eros amava tanto a Psiquê que lhe ordenara a jamais olhar seu rosto. Onde floresce a soberba se esconde a luxúria - já dizia isso uma pessoa que admirei outrora.
Meus instintos falavam mais que qualquer etimologia. Na mentira, a alma estava inquieta. Ou verdade. A confusão fala mais que qualquer palavra!
Sei que precisava de algo naquele momento. Então levantei-me, fui até a cozinha. Uma bela maçã e um copo de água gelado. Era isso que tanto o meu espírito queria. Um pouco de pecado e pureza. Tudo junto e bem mexido.

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