6 de mai. de 2012

De mim

Pensa que a vida é uma mentira
Quando o olho vê que o mar se acaba
Sonhos, água, tempo, terra à vista
E o sentimento se naufraga

Perco-me sozinho ou acompanhado

Pois o mar sussurra pelo fleche
Homem ou mulher espezinhados
Quando o peito mudo ainda mexe

Bem devagarinho, não há pressa
Vivo ainda morto em meus preceitos
Que me venha Deus com a promessa
E vou adorando os seus feitos

Penso, logo eu quero existir
Torto está meu sentimento aberto
Vago a noite inteira sem dormir
Meus amigos estão menos perto

A vontade espera, eu não aceito
E tão lentamente eu ouço vozes
Não sei bem ao certo do que feito
Sou - do medo alheio dos ferozes

É a parte estreita do caminho
Que me ofereceram desde cedo
Querem limitar a ação do vinho
Que liberta aos poucos o meu medo

Glória ao pai, ao filho, ao homem santo
Santa é minha mãe que não tem culpa
E no tal pecado, qual um manto
O remorso me vem feito multa

À você que lê o que escrevo
Não há máscara que me revista
Vou então desvendar um segredo
Mesmo triste sou um altruísta

Que já viu o mundo acabado
Na noite a maré cobriu meus sonhos
De manhã espero consternado
Deus há de escutar o que exponho

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