6 de mai. de 2012

busca

não há mais fraqueza ou agonia
nem sorrisos ou avarias
que me insinuem caminhos falsos a seguir
nem a maldade ou desespero
nem amizade ou devaneio
que disfarce a amarga língua do opressor
meus instintos se calando, o espírito evitando
deixar-se guiado quando insistem no que já se passou num tempo

tempo em que me cegaram, hoje enxergo a selva
que tramonta todo ocaso
velhos cérebros que conviviam com corações
frágeis memórias de um grande acaso
de uma nova esperança que nos faça conscientes
dividamos com encanto nossa célebre lembrança
fui adão você foi eva
da maçã me foste amiga
da verdade, oprimida
foste hostil à aliança
hoje andas qual serpente
tua boca qual semente
és o choro da criança
que concebeste em pecado
hoje escravo, miserável
apedrejaste a loucura
semeaste a cultura
tão culpada e inocentada
à sua necessidade, uns se matam
outros invadem o terreno que é alheio
se buscar na humanidade um pedaço de igualdade
me dirás o tal segredo
será então que o problema, mais culpado que o tema
é que somos diferentes?
como então a isonomia será nossa majestade
se a corruptibilidade assola todas as escalas?
moralmente ou inutilmente, fomos outrora enganados?
hoje somos mais pequenos, mais distantes, mais o menos
buscando felicidade.

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